domingo, 3 de agosto de 2014

Novos templos

Minha ideia-mor de comunidade é a que aprendi ainda na infância e com forte influência do cristianismo. Na verdade, a partir do convívio com um pároco da igreja católica que, diferente do que vemos por aí:

• não cobrava por sacramentos e não se dobrava sem questionamentos ao que ordenava a diocese;
• reforçava, sim, questões sociais e políticas na homilia [esclarecimentos e conselhos a partir da análise do evangelho], fazendo com que nos preocupássemos com o que estava acontecendo no bairro, cidade, estado ou país;
• preferiu viver em um barraco na favela México 70, em São Vicente, a usar a casa paroquial cedida pela diocese;
• levantava recursos para as suas igrejas por meio de rifas e de ações que nunca apelaram para insistentes pedidos de doações e dízimos;
• construiu, literalmente com os pedreiros das comunidades, cerca de 10 capelas em São Vicente; o que possibilitou à diocese dividir as regiões e criar mais uma paróquia na cidade (!).

Só hoje fui ler a primeira linha sobre o Templo de Salomão. Estava com preguiça. Respeito crença, fé, religião e doutrina; e essa é a única razão pela qual preferi compartilhar a minha concepção de igreja em vez de tentar descrever o sentimento que tenho ao ver a ostentação dos templos, sejam eles quais forem, e as suas artimanhas.

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