sábado, 28 de janeiro de 2012

Ah... a paciência...

Há semanas em que a vontade maior é de abandonar o próprio corpo e correr desesperadamente para longe de si mesma. Nesses dias sempre falta paciência e bom senso, combinação que não é muito bacana. Daí você adiciona um pouco de insônia e pronto, a bomba está pronta para explodir depois da ingestão de quilos de gorduras, açúcares e carboidratos.

"Paciência gera bondade". Esse é o mantra que você precisa seguir para ver as coisas dando certo.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Esperança

Faz calor.

Ela coloca no chão a sacola pesada e com a mão livre afasta o cabelo do rosto. No outro braço segura o bebê que dorme suado, cansado de ser carregado sob o sol. Ela inspira e ergue a cabeça.
- Chegamos! - diz para o mais velho. Ele tem apenas 11 anos, mas já sabe como ajudar.

Enquanto ela espera, ele empurra com o ombro o pequeno portão de madeira e também coloca a sacola que trouxe no chão; assim consegue segurar o portão, mantendo-o aberto. Os dois irmãos do meio passam correndo. A mãe espera.

Do lado de fora só é possível ver os dedinhos, depois de alguns segundos, surge o rosto curioso:

- A senhora não vai entrar?

Ela não se mexe.

- Mãe?
- MÃE? - grita o menino.

Só então ela acorda.
- Sim! Já estou indo!

Ela caminha devagar. Desta vez, é o menino quem espera.
A mãe passa, ambos viram e se entreolham.

Há uma semana não vendiam nada. As sacolas com os panos bordados voltavam carregadas dia após dia.
A mãe era toda dúvidas: como alimentá-los, como melhorar? Mas também era sabedoria.
Ela continuou a olhar para o filho e sorriu de modo afável.

- Vamos, filho! Entre e encoste o portão. Amanhã começam as aulas, você precisa acordar cedo.

O menino balançou a cabeça, entendeu e obedeceu.
Obedeceu todos os dias.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Ano Novo - Promessas novas!

O recomeço sempre tem um gostinho especial, não é? Pois então, vou tentar de novo!
Eu admito: estou em lenta recuperação, tentando ao máximo não sofrer outra recaída e abandonar o blog pela 53ª vez. Sendo assim, vamos trabalhar um post de cada vez.

Começo pagando uma dívida antiga: um pequeno perfil a um grande amigo.

...

Duanne, preste atenção! Por mais clichê que pareça, meu caríssimo colega e amigo, é pelo seu nome que preciso começar. Até mesmo porque não fui eu testemunha, até hoje, de uma única conversa guiada por você que não tenha contado com um firme, sonoro e bem pronunciado vocativo, antecedido por vezes de um adjetivo carismático e de um dedo em riste; como se uma grande ideia houvesse acabado de surgir! PLIM!

Será esse comportamento a artimanha do jornalista que chega aparentemente desinteressado, mas que por fim observa, questiona e argumenta com extrema inteligência? Talvez nunca saibamos! Afirmo isso porque é mantendo-se como bom ouvinte e com muita introspecção que Duanne turbina seus pensamentos durante uma conversa. Ele lança ao vento – juntamente com gestos das mãos – perguntas retóricas finalizadas com olhar perdido e pose de pensador. E quando se volta ao diálogo, só falta perguntar: Qual é o próximo assunto?

Se você pensa que o cerne da questão abandonou a mente do jornalista a partir daí, enganou-se. O assunto, seja ele qual for, pode ganhar mais força quando a energia concentrada nos pensamentos desse menino é transferida para os textos que ele escreve. Éticos, seus registros podem até manter a objetividade jornalística, mas nas entrelinhas é possível encontrar o filósofo que habita o repórter. E acredite: ambos vivem em harmonia.

Não me julguem por chamar de menino o jornalista, produtor, editor, colunista e filósofo Duanne, O. Ribeiro. Pois, por mais que o admire - e não é pouco - ele nunca deixará de ser, para mim, o rapaz que usa casaco amarrado na cintura, que divide uma boa gelada e que circula por aí - meio corcunda - em busca de boas histórias. Seja para ver, ouvir ou escrever.