sexta-feira, 16 de maio de 2008

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OURO DA CASA

PROFESSORES DO CURSO DE MULTIMEIOS REALIZAM MOSTRA
DE PINTURAS QUE RETRATAM HUMOR COTIDIANO E
PERSONAGENS COM ASPECTOS FICCIONAIS


A sala branca e vazia fazia contraste ao vidro escuro, pelo qual podia-se ver os alunos entrando e saindo na portaria da Universidade. O silêncio e atenção ganhavam de qualquer disputa que fosse realizada contra o laboratório de química, ou mesmo contra algum outro de anatomia.

Todo o branco do chão, das paredes, e até das falsas paredes (biombos para exposição), se mostrava eficiente no poder de neutralizar sensações, pelo menos em mim. Eu, naquele momento, poderia receber qualquer informação, que o ambiente não me influenciaria em nada. Dispostas na sala, pinturas em um formato próximo daquele que mais usamos no dia-a-dia. Ah! Quatro. Quatro paredes, de fato, bastam para oferecer belas imagens, medos e desejos.

Comecei pelas pinturas de traços mais fortes, que enchiam a folha. As legendas faziam referência a um BAR. Pudera, alguém que desenha a loira do banheiro mais sexy que já vi não poderia estar em outro lugar no momento da criação. A magra figura de cabelos escorridos até a cintura e vestido branco transparente oferecia um convite ao banheiro mais próximo aos garanhões, que exclamavam: “Se no meu tempo ela fosse assim, eu não teria medo!”. Para mim, e para a colega que estava ao meu lado, o convite era outro. Os olhos brilhantes e sem pupilas nos seguiam por onde fossemos, causando admiração e medo. Fazendo-nos lembrar do passado assustado nos banheiros das escolas.

Nas outras paredes, charges. O autor destas poderia desenhar com as mãos nas Costas. Afinal, a principal característica de suas obras estava mais presente em sua personalidade, que em seus dedos. Não que estes não tenham seu mérito, longe de mim. Mas nunca pensei em uma equilibrista caminhando sobre a corda bamba para entrar no circo armado sobre um homem na cama. Isso passado para o papel, com traços alegres e festivos surpreende qualquer um.

Essas são apenas algumas das imagens que me empolgaram na pequena sala branca. Lá, os professores Bar e Da Costa expõem suas obras - premiadas no exterior - e aguardam as visitas, principalmente, dos passantes das catracas da portaria da UNISANTA.

A exposição acontece na Galeria de Arte do bloco M, Rua Oswaldo Cruz, 266, das 19h às 22h, até o dia 23 de maio.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Atrás das cortinas


A cidade estava molhada. Havia chovido durante a tarde toda, e o vento cortante do início de um adiantado inverno invadia as frestas das janelas.
Um bolero antigo, cantado em espanhol, se ambientava nas passagens dos letreiros luminosos de motéis que clamavam por atenção na avenida.
Ela fechou os olhos e se viu vestida da maneira mais brega que pôde. Brincos e colares enormes, vestido curtíssimo e batom vermelho. Os olhos semi-cerrados de ambos se divertiam a cada passo e movimento de cabeça oposto. Ao redor, todos sorriam e aplaudiam.
Ela aprendeu a dançar.