sábado, 8 de agosto de 2009

Corpo humano

O amor é um sentimento exibicionista. Ele dilata as pupilas de quem o sente para que qualquer um possa ler as linhas dos olhos que descrevem o coração, a alma.

Encarar olhos que te amam é como ganhar um edredom em dia frio, tendo nas mãos uma caneca de chocolate fumegante. É cair eternamente em um abismo do qual não se sente medo, apenas busca-se a companhia que cai junto com você.

Olhos não falam de amor, eles gritam exigindo atenção e quando não são notados se encolhem, se fecham. Tristeza não se exibe. Ela retorna ao coração na busca pelo culpado em ofertar tanta alegria e vai fechando cada artéria. O corpo luta, mas o sangue amargo alcança os órgãos, sentidos e gestos.

Quando já parece tarde, a esperança começa a massagem cardíaca, acontecem respirações boca-a-boca, mas a morte é necessária e o renascimento indispensável.