quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Como?

1. “Porra! Me larga, caralho! Eu mandei você me largar, porra!”
2. “Você precisa entender que a essa altura da minha vida, você é a melhor coisa que aconteceu.”
3. “Não vou ser como você que tira carta de motorista e não dirige. Onde toca a campainha?”
4. “Eu não sou criança, mãe! Ela me chamou de criança. Tem que ter respeito. Eu já tenho mais de 18 anos.”

Conversas soltas podem ser revoltantes, tristes, ternas e simplesmente conversas soltas.
Sem delongas.

1. Uma criança de aproximadamente 4 anos, com uma adulta que tentava segurá-la.
A adulta soltou.
2. Um casal maduro.
Ela parecia estar contando a ele alguns problemas.
3. Uma piveta metida a mulher de 11 anos, dentro do ônibus.
A adulta que acompanhava parecia achá-la fofa.
4. Um jovem loiro, bonito, com deficiências mentais.
A mãe o acalmava para que ele não se excedesse no ônibus.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Se um dia...

Algumas vezes, sinto vontade de ter nascido meiga, com uma voz suave e sem nenhuma força física (apesar de viver me perguntando se as mulheres realmente não conseguem abrir os potes de azeitona, ou se é puro charme).
Charme é outra coisa que seria legal eu conseguir transmitir. A supersinceridade que exala dos meus movimentos atrapalhados só me traz irmãos, tão irmãos que me vêem acordar.
No domingo é sagrado, estão na sala filando meu jornal (sim, jornal suja as mãos, mas tenho água e sabão em casa) e assistindo à corrida. Então surjo com o cabelo preso num coque louco no alto da cabeça, e em vez de escutar uma única piada, recebo um BOM DIAAAA, ISSO SÃO HORAS!??? de no mínimo três deles sentados no tapete, os dois do sofá são meus irmãos. Eles não costumam dar bom dia.
Adoro meus irmãos adotadinhos! Eles são mais legais comigo que os de sangue, fora o fato de saber absolutamente tudo sobre as namoradas deles (nem preciso falar o tipo de coisa que eles contam, né?), entender direitinho quando fico melhor com saia ou com calça (já ouvi uma teoria sobre bundas que explica isso, mas não é legal comentar) e saber exatamente como fazer com que eles façam algo que não querem, só porque eu quero. Opaaaa... um poder feminino, sabia que deveria existir um em algum lugar. Só falta direcioná-lo para estranhos! HÁ HÁ HÁ HÁ!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

devaneio

Você revira meu estômago procurando a chave certa.
Com medo de perder, engoli na hora errada.
Preferi guardá-la em mim, até que você pedisse.
Mas o ácido agiu.

LD

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Sexta-feira campeã

O povo - com quem divido mesa de bar vez ou outra - tem sérios problemas em escolher qual o melhor ambiente para freqüentar [lê-se aquele que tem cerveja mais barata e não toque Calypso]. A última sexta-feira não foi diferente. Depois de passar por seis dos sete canais existentes em Santos, sentamos em uma espécie de pizzaria, churrascaria e afins.
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Depois de várias pizzas, uma traz consigo um silêncio aterrador:
— Calabresa, frango e champions?
Tive dúvida.
— Como?
— Calabresa, frango e champions?
— Champions pra mim. Errr... por favor.
Todos da mesa olham do meu prato para a garçonete. E dela para a pizza campeã.
Quando a moça foi embora, gargalhadas e batidas de We will rock you ressoaram a noite inteira sobre a mesa.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Busca

O ciúme é pior do que qualquer certeza. Nem mesmo a destreza do melhor disfarce pode enganá-lo. Ele cega; e entrega a raiva como condutora. O ciumento, sem rumo, segue caminhando, até encontrar a si mesmo. No outro. Perfeito.