terça-feira, 22 de março de 2011

Visões paulistanas

Claro que você já ouviu que São Paulo é uma cidade cinza, mas preciso dizer que não só de concreto e poluição vivem os homens daqui. Ao dobrar algumas esquinas, as cores pulam sobre você e te enchem os olhos, e a alma.

No meu atual trajeto para o trabalho, passo por dois cemitérios repletos de vida. Juro! Não são apenas as cores das bancas de flores, mas também dos muros grafitados. São os cemitérios do Santíssimo Sacramento e o cemitério de São Paulo. Por mais fúnebre que a frase possa ser: são lugares acolhedores.

Bom, por causa das cores, tenho a minha mais nova rua preferida. A Cardeal Arcoverde é uma rua fofa! Lá as lojas de móveis antigos esbanjam charme com curvas sensuais e cores quentes. Sem contar que Arcoverde me lembra Cordel do Fogo Encantado, e aí já me dá aquela vontade absurda de conhecer Pernambuco. Mas como estamos falando de São Paulo, e pra piorar, da capital, deixarei meu tesão por cidades pequeninas para depois.

Eu gosto daqui. Gosto do dia e da noite. Gosto especificamente do ar da manhã e dos paulistanos típicos com os quais pego ônibus na volta pra casa. Como são os paulistanos típicos? Os seus eu não sei, mas digo que os meus são cabeludos, narigudos, branquelos, alternativos e, por mais incrível que pareça, bonitos! Afinal gosto não se discute, não é?

"Agora a chuva parou. Só está frio e muito bom. Não voltarei para casa. Ah, sim, isso é infinitamente consolador" - De "A Fuga", Clarice Lispector.

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