sábado, 30 de outubro de 2010

Por que anulei meu voto…

O processo eleitoral de 2010 foi o que acompanhei de maneira mais passiva. Não falei sobre a minha opinião, não discuti com quem tinha ideias diferentes das minhas, não acompanhei com atenção o noticiário, não pesquisei a vida dos candidatos, não, não e não. Assim, não poderia eu demonstrar de outra maneira essa negatividade toda se não fosse pelos zeros na urna eletrônica.

Para que saibam, fui petista, elegi o Lula, e não acredito que ele tenha presidido de maneira ineficiente. Vi, de perto, o desenvolvimento de muitas famílias que dependiam da ajuda da comunidade para se alimentar diariamente. Se você acredita que a única diferença é que agora o papai é o Governo Federal, engana-se. Vi muitas dessas famílias crescendo a paritr deste auxílio incial, passando depois a caminhar com suas próprias pernas. Se essa é uma minoria ou não, já é outro problema, o importante é que alguma coisa precisava ser feita.

Usufrui de uma política educacional da qual não concordo 100%, o Prouni. Isso porque educação se melhora de baixo pra cima e não facilitando o acesso à universidade como está sendo feito. Porém, é necessário começar, e ao menos um passo foi dado.

Sobre a corrupção? Contem-me uma novidade. Sinto-me mais frustrada por percebê-la infiltrada em um partido com o qual simpatizava, mas conformismo por conformismo,  cada escândalo é apenas mais um.

Há quem diga que não houve governo com tantas denúncias de corrupção. Discordo. Acredito sim que não houve antes governo em que o mercado de dossies fosse tão movimentado e divulgado na mídia; o que não justifica em nada o comportamento dos nossos adoráveis representantes.

Portanto, declarei que não tenho candidatos e que não iria escolher por um menos pior apenas para votar. Acredito tanto na democracia e na importância e validade do voto que abomino uma escolha baseada no “menos pior”!!! Por isso usei o meu direito e dever para mostrar o que eu realmente quero: nem Dilma, nem Serra. Você vai me perguntar o que eu quero, e vou te responder: não sei.

E se você me perguntar porque não voto Dilma, se eu disse aqui em cima que não achei o governo Lula ruim, respondo a você que eu não confio nela. Acho-a insegura, despreparada. Não ligo para os rótulos de bandida e terrorista, pois o período pedia ações extremas, o que talvez esteja precisando ser feito hoje para sairmos do sofá e dessa passividade que, admito, também pode ser vista em mim.

Diante das circunstâncias, pego-me pensando que deveria então assumir um candidato ao qual nunca dei meu voto por incompatividade ideológica: José Serra. Infelizmente, sou obrigada a dizer que prefiro ele à Dilma. Isso porque tenho certeza de que ideologia não existe mais, nem nos partidos políticos, nem nos homens públicos e principalmente em nós. Depois, porque acho  difícil retroceder uma política social que foi iniciada por Ruth Cardoso e consolidada no governo Lula.

Então, contradigo-me e termino dizendo que prefiro sim, a segurança e o jogo de cintura de José Serra, à voz embargada e discurso pronto de Dilma. Porém, a minha motivação não é tão forte a ponto de me fazer descer a serra para votar. Amanhã, justifico meu voto pela primeira vez.

Boa sorte para nós, voltamos a falar em 2014.

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