domingo, 3 de agosto de 2008

Teste de paciência

Era isso que eu estava fazendo tentando ler no meu quarto com porta, janela e cara fechada. A culpa é de um boteco na esquina da minha casa que decidiu subir ao status de "casa de show". Ainda não entendi muito bem o porquê, já que a casa é um espaço ocupado por uma mesa de sinuca, as caixas de som ficam na calçada - viradas para a rua - e o show é a voz horrível de um cantor de forró acompanhado daquele tecladinho maldito. Outra característica que mostra que "casa de show" não é o nome mais adequado para o lugar, é que são 18h39 de domingo e o infeliz já está cantando.

Há algum tempo não era tão ruim, afinal, antes do boteco, o lugar era ocupado por uma igreja evangélica, que conseguia oferecer cultos mais barulhentos que as reuniões do centro espírita que fica na frente da minha casa. O centro parava com os batuques na hora certinha, mas a irmandade varava a madrugada, e invadia até mesmo o barulho dos feirantes que começavam a preparar os caixotes para carregar o caminhão do dia. Eles moram na casa que fica do lado da Bastiana, que mora ao lado da Bila, que mora ao meu lado.

Eu deveria estar acostumada com o barulho, não? NÃO! Porque quando estava lendo o mesmo parágrafo pela terceira vez, a voz do cantor infame bradou:

- É isso aí pessoal, vamos hoje até umas três da manhã, hein!

Foi o meu limite! Elaborei minha estratégia de denúncia. Alvará, decibéis... Alguma coisa vai ter que me ajudar a calar a voz que nem sei bem se está lá ao vivo, ou se é reproduzida de um CD gravado em algum inferninho ainda maior.

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