Quando você pensa que conseguiu se safar porque virou o rosto na hora certa, e evitou que aquela pessoa chata se aproximasse, acredite: a pessoa chata está pensando a mesma coisa.
É como mudar a página da internet no momento em que alguém abre a porta. Ou se soltar do namorado, em um amasso daqueles, quando a sua avó entra na sala.
O que te motiva a continuar agindo assim? A hipocrisia do outro. Espera-se que, por mais que o ato seja percebido, nenhum comentário seja realizado.
Você entra no ônibus e se preocupa em pegar a passagem. É o tempo que tenho para olhar para a rua, ou começar um cochilo leve cochilo. Aí você passa mostrando na face uma vontade absoluta de encontrar um lugar no último banco do ônibus; e não me vê.
Cômodo. Continuamos a ficcional civilização, mas evitamos um tênue desgaste facial, regado a sorrisos largos e gestos obrigatórios.
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