A cidade estava molhada. Havia chovido durante a tarde toda, e o vento cortante do início de um adiantado inverno invadia as frestas das janelas.
Um bolero antigo, cantado em espanhol, se ambientava nas passagens dos letreiros luminosos de motéis que clamavam por atenção na avenida.
Ela fechou os olhos e se viu vestida da maneira mais brega que pôde. Brincos e colares enormes, vestido curtíssimo e batom vermelho. Os olhos semi-cerrados de ambos se divertiam a cada passo e movimento de cabeça oposto. Ao redor, todos sorriam e aplaudiam.
Ela aprendeu a dançar.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Atrás das cortinas
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